Pelotas
Conde de Porto Alegre deve ter trilhos retirados
A malha férrea existente no Simões Lopes, porém, sonho antigo dos moradores, irá continuar
Paulo Rossi -
Os trilhos da rua Conde de Porto Alegre em Pelotas devem ser retirados, mas os do Simões Lopes não. A prefeitura realizou estudo sobre a remoção do caminho de ferro que não é mais utilizado na zona portuária, tendo em vista a revitalização do Porto e a previsão de escoamento de madeira. O documento será entregue nesta quinta-feira (5) a representantes da América Latina Logística (ALL), quando o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Fernando Estima, oficializa o interesse do município na devolução dos trilhos à empresa, que tem a concessão daquela área.
Segundo Estima, o estudo será remetido pela ALL ao Ministério dos Transportes, porque é cogitada a doação da área ao município. “Desde 2014 está tramitando essa documentação que vai ser entregue à ALL”, diz. O pedido de retirada do outro trecho de trilhos na cidade, no Simões Lopes, não se consolidou neste momento, destaca o secretário, ao acrescentar que existe outro estudo sobre a viabilidade de implantação de um trem de passageiros (Trem Regional), que aponta necessidade de passar por área urbana.
Ainda que o transporte ferroviário ligando Pelotas a Capão do Leão e Rio Grande não seja algo para agora e, de certa forma, tenha ficado na gaveta em princípio, houve demonstração de interesse de possíveis passageiros e levantamento realizado sinalizou que o município não deveria mexer nos trilhos do Simões Lopes enquanto houver a possibilidade de criar a linha. “Por enquanto ainda serão afetados”, fala Estima, ao se referir aos moradores daquela zona da cidade.
Para tristeza da dona de casa Jane Dutra, 53. Ela foi criada no Simões Lopes e reside na atual casa, na avenida Brasil, desde 1984. “O sonho de todos no bairro é retirar os trilhos. Ninguém quer eles aqui. É rachadura nas casas, é barulho noite e dia, é o jeito que passam, apitam em cima só quando já estão chegando, não respeitam. Até na madrugada é esse apito”, queixa-se. Conforme ela, colocaram cancela, mas nunca funcionou.
Jane relata que às vezes o trem chega a ficar meia hora parado, isolando o Simões Lopes do resto da cidade. “Já aconteceu várias vezes do Samu não conseguir passar. A gente vê isso e fica num estado de nervos. A pessoa pode morrer esperando atendimento e o trem está lá parado. Sem contar os assaltos que acontecem enquanto isso. Eu fico muito triste com essa notícia. Nunca ninguém gostou de trem aqui no Simões e trem de passageiros então, seria um inferno”, afirma.
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